Marx, Proudhon e a Força Coletiva no 11º Capítulo de O Capital
Pierre-Joseph Proudhon e Karl Marx |
No 11º capítulo do Livro I de O Capital, Karl Marx analisa a cooperação, um aspecto central para entender as dinâmicas do trabalho coletivo.
Nesse trecho, é perceptível a influência da noção de força coletiva desenvolvida por Pierre-Joseph Proudhon. Contudo, Marx reelabora a nomenclatura, denominando a noção proudhoniana de "força de massas" e integrando-a em sua crítica às relações sociais do capitalismo.
No original alemão, conforme a edição da MEGA (1987), o termo utilizado é "Massenkraft". Na edição brasileira da Boitempo (2013), foi traduzido como "força de massas". Na versão inglesa da Progress Publishers (1999), optou-se por "the collective power of masses". Já nas traduções francesas, há variações significativas: a Quadrige/PUF (1993) adota "force d'une masse", enquanto a Éditions Sociales (1950) prefere "force collective".
Essas diferenças de tradução destacam nuances importantes, mas todas remetem à ideia de um poder que surge da cooperação humana no processo de trabalho.
Mais do que indicar uma proximidade conceitual, nesse capítulo, fica evidente que Marx leu, compreendeu e incorporou a noção de força coletiva apresentada por Proudhon para moldar sua crítica ao capitalismo industrial e ao seu processo de trabalho.
Raphael Cruz
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